domingo, 18 de julho de 2010

Seja VOCÊ!


É quando estou no meio do caos, olhando para tudo tão de perto quem nem dou espaço para me enxergar, que eu, desesperadamente, busco fora mim.

Mesmo sabendo que cada um de nós é único e que não tem como ser feliz tentando ser o que não se é, algumas vezes me vi nessa armadilha, mas logo percebia que não tem como me encaixar em uma forma que não é a minha.

Quando é tempo de transformação e resistimos a isso, por medo ou apego, mesmo que o velho já não nos satisfaça mais, pode acontecer de ficarmos acomodados a ele por muito tempo, até que o Universo dá um jeito de aumentar tanto esse estado de insatisfação, naquela área que pede por mudança, que nos decidimos a fazer o movimento.

Mas tem um tempo onde sabemos que, não queremos ser mais daquele jeito, mas não sabemos ainda como queremos ser, e é aí que corremos o risco de buscar fora, em modelos que nos parecem perfeitos, pensando que seremos felizes se nos adequarmos a eles.

Nos comparamos com o outro e tentamos nos enquadrar em padrões que aparentemente estão dando certo para outras pessoas, e a gente acredita que, por muitas pessoas estarem felizes sendo daquele jeito, isso também vai acontecer conosco.

Das duas uma, ou elas estão felizes porque estão sendo quem verdadeiramente são, ou estão fingindo ate para elas mesmas que estão felizes. Quando me comparo com alguém, ou com muitos “alguéns”, que tem um comportamento que eu acredito ser o mais adequado e tento me enquadrar naquele modelo, isso não pode mesmo dar certo. É loucura querer se enquadrar ao jeito de ser de outros, é o mesmo que você tentar se encaixar em uma forma que não tem a sua forma.

Sempre que me vejo nesse tempo de mudança, de alguma parte que precisa ser deixada para quer o novo venha, eu procuro ter cuidado para que esse novo venha do fundo da minha alma e tento não preencher esse espaço com modelos que venham de fora.

Não adianta eu tentar pintar de cor de rosa minha casa, porque essa cor na casa da vizinha ficou linda, ou porque essa é a cor da moda, se, na verdade, eu gosto azul. Eu posso fazer isso e me enganar por pouco ou por muito tempo, mas um dia isso não será mais possível e eu acabo mudando a cor da minha casa para aquela que reflete a minha essência.

Quem nunca passou por períodos de verdadeiro caos onde qualquer opção que se mostrasse como solução era vista como uma salvação? E muitas vezes as soluções que nos aparecem como “salvadoras” apontam para coisas que nos afastam de quem somos.

Por isso, nesses tempos de mudanças, onde já não agüentamos mais o velho modo de ser e onde tudo está um caos, é importante ter atenção para que não sejamos levados a seguir padrões que nos moldam, levando em conta coisas que vêm de fora e portanto não vão nos satisfazer em um nível mais profundo.

Sei que não é fácil ser fiel à nossa Alma o tempo todo, e que nem sempre percebemos que não estamos sendo, mas, a cada dia que conseguimos, será um dia onde teremos certeza que não fugimos da nossa natureza, e isso nos dá uma sensação de paz tão grande que faz com esse seja cada vez mais o nosso objetivo.

by Deise

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